The Revenant - Review
Filme com elenco de luxo, capaz de fazer inveja a qualquer estúdio de cinema.
Quando foi anunciado, pouco depois do lançamento de Birdman, que Alejandro González Iñárritu ia realizar um filme protagonizado por Leonardo DiCaprio e Tom Hardy, as expectativas estavam elevadíssimas. Bem, certo será dizer que as expectativas para quem foi ver o filme estavam mais altas que o monte "kilimanjaro".
Quando foi lançado o primeiro trailer e tivemos o primeiro vislumbre de DiCaprio e Tom Hardy com cabelos longos e a cara repleta de barba, as expectativas atingiram o auge .Saídos daqueles que terão sido, provavelmente, os maiores projectos das suas carreiras, Iñárritu com Birdman (que lhe valeu o óscar de melhor realizador e de melhor filme), DiCaprio com o Lobo de Wall Street (que lhe valeu mais uma nomeação para o óscar) e Tom Hardy com o Mad Max (um dos grandes campeões da bilheteira de 2015) e Legend (um dos filmes mais subvalorizados do ano transato) , tinham agora um desafio que provavelmente ia superar todos os anteriores.
Leonardo Dicaprio e Tom Hardy são as personagens principais deste filme.
Resumidamente, o filme baseia-se nas experiências de Hugh Glass,um comerciante de peles, interpretado por Leonardo DiCaprio. Este e os seus companheiros durante uma expedição em território desconhecido no Velho Oeste são emboscados por indígenas, naquela que é uma das melhores cenas de abertura da história do cinema moderno, e uma das melhores cenas de batalha, capaz de fazer inveja a filmes como O Resgate Do Soldado Brian.
Depois deste violento ataque, em que resultaram inúmeras vitimas, muitos dos soldados acobardaram-se e acabaram por fugir. No entanto, ainda havia trabalho a fazer. Hugh Glass chega-se à frente e oferece-se para ir com o seu filho, Hawk (interpretado por Forrest Goodluck, no primeiro filme do seu curriculo) à procura de um local seguro para os seus companheiros. Fitzgerald (interpretado por Tom Hardy) não confia nestes uma vez que Hawk tem ascendência nativo-americanas.
No entanto, ignoram a situação e continuam a sua demanda e aventuram-se pela floresta. Estes separam-se na floresta, e tal como um episódio do scooby doo, o pior acontece. Hugh depara-se com um urso, naquela que é certamente uma cena que ficará para a história do cinema, em que vemos o animal a dilacerar o nosso querido Leonardo. Apesar de tudo consegue escapar à morte, ficando com ferimentos graves.
Eventualmente, acabam por encontrar Hugh Glass no chão, mas apercebem-se que está gravemente ferido e isso vai atrasar todo o grupo.No entanto uma equipa composta por Fitzgerald, Hawk e Bridger (interpretado por Will Pouter, aquele miúdo das sobrancelhas irritantes que aparece no We’re the Millers e no Maze Runner), fica encarregue de Hugh até este falecer.
Fitzgerald no primeiro momento sozinho com Hugh Glass tenta mata-lo (a sério, quem é que achou boa ideia deixar este psicopata que claramente odeia-o a tomar conta dele? É a mesma coisa que deixar um isqueiro ao lado de um barril de gasolina e esperar que nada de mal aconteça). Hawk encontra-o antes de Fitzgerald tentar matar o seu pai e tenta para-lo. No entanto a sua tentativa é em vão, e quem acaba por perecer é mesmo Hawk, à frente dos olhos do seu pai.
Dicaprio como Hugh Glass.
Hugh Glass ainda vivo acaba por ser enterrado e apartir daí o filme foca-se na sua jornada de sobrevivência e de polivalência.
A película mostra-nos um homem disposto a fazer tudo para cumprir a sua vingança, desde enganar a própria morte e superar desafios do tamanho de Hércules.
Quando vemos o The Revenant, apercebemo-nos que o filme segue o percurso tortuoso de Hugh Glass, onde sentimos na pele o sofrimento e as dificuldades deste, mas também a evolução onde recupera as suas forças e vitalidade para conseguir completar a sua vingança .
Para falar da grandeza do filme não basta elogiarmos as prestações dos atores ou a direcção do realizador, temos que referir o excelente trabalho de Emmanuel Lubezki na direcção de fotografia, o seu trabalho segue os passos do que pudemos ver no Birdman, em que o filme se assemelhava apenas a um longo take, mas neste filme ele leva esse conceito a um novo patamar, uma vez que não está confinado ao espaço de um teatro ou à cidade de Nova Iorque. Não, desta vez Lubezki tem um recreio do tamanho de infindáveis montanhas e florestas para se divertir. O horizonte torna-se infindável. O céu parece infinito. Ninguém consegue capturar as emoções dos atores como Lubezki, seja em cenas onde a tensão faz explodir termómetros ou em close-ups analisando pormenores do rosto humano, especialmente na análise dos olhares.
As paisagens têm um grande peso no filme.
Era com pouca surpresa, na minha opinião, se este homem recebesse pelo terceiro ano seguido a estatueta dourada, depois de já o ter feito com Gravidade e Birdman.
Por último, pegando naquele que é provavelmente o tema mais discutido proveniente deste filme, a interpretação de DiCaprio. Apesar de estar apoiado por um grande elenco, com os já referidos Tom Hardy e Will Poulter, também encontramos um grande Domhnall Gleeson (que tal como os seus colegas também teve um 2015 repleto de grandes sucessos desde o Star Wars, ao êxito sci-fi Ex Machina, e ainda o nomeado para óscar Brooklyn), não se enganem, este filme é completamente dominado por Leo. É da sua forte e dedicada performance que o filme deve grande parte do seu sucesso. Ninguém mais que este homem merece o Óscar de melhor ator em 2016, e não será certamente um óscar de consolação. DiCaprio entrega uma performance genuina e excede todos os seus limites.
Na minha ótica para quem é apreciador de cinema deve ver este filme o mais depressa possivel, asseguro que vai adorar.
Comments