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Batman v Superman Review

O despertar da desilusão.

Muita tinta (real e virtual) já foi corrida a falar sobre o mais recente filme de super heróis a chegar às salas de cinema. Este não é um filme como qualquer outro. Já tivemos a oportunidade de ver todos os Vingadores juntos no mesmo ecrã a combaterem em equipa, mas quando nos prometem um filme onde dois dos maiores ícones da cultura pop, Super Homem e Batman se vão defrontar numa batalha épica é normal as expectativas ficaram demasiado altas.

No entanto, críticos e fãs, respectivamente, saíram desiludidos do cinema.

Como é isto possível?

Como sair desiludido de um filme que conta com dois dos mais famosos super heróis de sempre, atores conceituados como Ben Affleck, Amy Adams, Jesse Eisenberg, Henry Cavill (se calhar não tão conceituado como os anteriores) e com a equipa responsável pelo argumento dos filmes do The Dark Knight?


A adaptação conta com um elenco de luxo com Henry Cavill e Ben Affleck.

Não vou entrar em aspectos técnicos ou analisar este filme como digno de prémios da academia. Vou tentar fazer uma análise imparcial de onde o filme errou.

Em primeiro lugar, este filme apresenta uma grande saturação de personagens. Uma das características de tanto o Super-Homem como o Batman é que estas tem um leque muito variado e interessante de personagens adjuvantes, seria estranho ver um filme destes dois e não virmos as personagens secundárias que tanto gostamos. O que sucede é que somos inundados com imensas storylines que acabam por se tornar confusas, algumas até inacabadas, e que para nada contribuem para o desenvolvimento da linha narrativa principal. Para além disto, as personagens sobre humanas são tratadas de forma desleixada pelo realizador,Zack Snyder, que em grande parte do tempo em que as personagens aparecem mascaradas o realizador assemelha-se a uma criança a brincar com um baú cheio de brinquedos das personagens da DC.


Na película podemos verificar um elevado número de personagens.

Vemos uma preocupação demasiado grande dos responsáveis da adaptação em preparar as instalações futuras dos próximos filmes da Liga da Justiça. Não aprendendo com um dos principais erros do "Avengers: Age of Ultron", este filme voltou a cair na armadilha de se preocupar demasiado com o futuro e não tanto com o passado. Será necessário sermos introduzidos a tantos personagens no mesmo filme? Será que isso não deveria ficar para a própria adaptação da liga da justiça introduzir os seus próprios personagens e problemáticas? Sem entrar em muitos pormenores, um dos momentos mais confusos da adaptação surge por causa desta obsessão em preparar os futuros lançamentos, apenas alguém demasiado ligado às bandas desenhadas ou ao universo DC é que conseguiu entender a cena. Não que isto seja um problema, mas se quiserem fazer um belo piscar de olhos aos fãs mais severos das instalações façam-no de uma maneira não tão confusa e tirada do nada como se tratasse de um dos sketches do "Family Guy", onde o "Peter Griffin" se lembra de contar a engraçada história de quando foi visitado pelo Flash do futuro.

A DC procura criar um universo cinematográfico semelhante ao da Marvel.

Este filme acaba por ser mais um sobre super heróis que deve acabar no esquecimento, acabando por sofrer ainda mais devido à saturação no mercado cinematográfico de super heróis, fica o sentimento que este devia ter sido adiado mais algum tempo para tentar fazê-lo de uma forma mais concisa e não tão confusa.


A principal razão para os fãs se terem sentido traídos por esta película passa por uma razão tão simples como o título. Quando me dirijo para um cinema para ver um filme chamado “Batman vs Superman” estou à espera que o conteúdo seja acerca do confronto entre dois titãs, espero que este combate tenha um final, não estou à espera que estes sofram o cliché de encontrar algo que tem em comum para se tornarem os novo super melhores amigos e irem salvar o mundo juntos.


Frank Miller é o escritor da Banda desenhada onde aparece Batman a combater Super-Homem.

Estou a ver um filme baseado numa das melhores bandas desenhadas alguma vez impressas, escrita por Frank Miller, autor também de Sin City, esta foi uma das primeiras bandas desenhadas a introduzir temas mais adultos, como violência e sexo, quando me dirigi ao cinema para ver este filme não estava à espera que este fosse tratado como um filme de animação juvenil com o típico simplista moral de fazer as pazes com os inimigos para resolver um problema maior.

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